terça-feira, 14 de junho de 2011

Tomás de Aquino

Durante a Idade Média, que vai do século V (476 a.C.) ao XV (1453 d.C.), a Igreja Católica exerceu uma forte influência no pensamento. A sua autoridade exigia que a sua doutrina fosse tida como verdadeira. Isto dificultou profundamente o desenvolvimento da ciência no período, uma vez que toda a ciência produzida deveria servir para explicar a superioridade da doutrina católica. O conjunto de doutrinas teológicas e filosóficas na Idade Média é conhecido como escolástica.

Em 1225, nasceu São Tomás de Aquino, um teólogo e padre italiano. Logo ao completar cinco anos entrou para o mosteiro de Monte Cassino, onde foi ensinado pelos monges beneditinos. Quando ingressou na universidade, anos mais tarde, deparou-se com os pensamentos de Aristóteles, de Maimónides e Averróis, os quais influenciaram muito a sua filosofia.

Aos dezoito anos, Tomás de Aquino resolveu tornar-se padre dominicano e renunciar a todos os seus bens e títulos. a sua família, entretanto, não o apoiou. Por ser muito inteligente, acreditavam que ele poderia ter uma carreira interessante após estudar na universidade.

As obras de Tomás de Aquino são consideradas fundamentais para responder às questões relacionadas com a Igreja. Na verdade, ele tornou-se a maior autoridade intelectual do catolicismo. Uma das suas obras principais intitula-se Suma Teológica. Nela, Aquino fala sobre cinco provas da existência de Deus e discute como seria o mundo após o Juízo Final. A primeira prova que apresenta parte do pressuposto de que tudo o que se move deve ser movido por alguém. Neste sentido, diz que “é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois caso contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi movido.” [1] Além disso,outra prova que diz é que “ é necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita.” [2] A parte da obra de Tomás de Aquino que trata de Deus é considerada muito superior à obra de Aristóteles nesta área.

O pensamento de Platão a respeito do mundo ideal e do mundo fenomenal foi superado pelo de Tomás de Aquino. Já na política, defendia que os governos devem focar no bem-estar de seus cidadãos, sempre com honestidade e competência.

O tomismo é a filosofia escolástica de São Tomás de Aquino. A sua base consiste em unir as ideias aristotélicas com o cristianismo. Caracteriza o início do pensamento filosófico cristão.

Nos seus estudos, Aquino mostrou a diferença entre Filosofia e Teologia, resolvendo o problema da relação entre ciência e fé. Para ele, a primeira é o exercício da razão humana. Já a segunda é revelação divina. Também mostrou que o homem é o ponto de convergência da criação. Disse que há uma união importante entre a alma e o corpo. Foi ainda defensor do livre arbítrio; como o homem é um ser racional tem plenas condições para definir o que é o bem e o que é o mal. Em relação ao conhecimento, afirma que este possui dois momentos, o sensitivo e o intelectual, dependendo o segundo do primeiro.

Da sua concepção de Deus como causa universal, afirmou que a criação do universo veio do nada. Se não tivesse sido assim, deveria existir uma “matéria eterna” e, portanto, Deus já não seria a causa universal. A respeito da alma, Tomás de Aquino mostrou-se favorável ao criacionismo: Deus cria cada um com a sua própria individualidade e condenou a preexistência. Já sobre os estágios de nascimento de um indivíduo humano, afirmou que o ponto de origem é o sangue materno; através de uma série de factores, Deus, os espíritos celestes, os corpos celestes, o Sol, o pai e o esperma paterno juntam-se para tornar o sangue materno num ser vivo. E, enquanto não vier para o mundo, permanece num estado vegetativo. Depois é que a sua forma de vida passa para outra, superior, já que “Deus cria a alma quando já existe um corpo formado [3-4].

São Tomás de Aquino faleceu em 1274, com apenas 49 anos de idade. O seu pensamento foi tão influente que continua hoje a ter discípulos no mundo inteiro.

Bianca de Quadros Cerbaro

REFERÊNCIAS
[1-2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_aquino#Filosofia Acesso em 26 de fevereiro de 2010.
[3] http://www.consciencia.org/filosofia_medieval19_sao_tomas_de_aquino.shtml/4 Acesso em 26 de fevereiro de 2010.
[4] http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/historia-do-cristianismo-12.html Acesso em 26 de fevereiro de 2010.

5 comentários:

  1. É absurda a afirmação de que a Igreja limitou a ciência. Afinal, foi ela que incentivou os avanços científicos com a criação das universidades, isto sem falar nos inúmeros cientistas eclesiásticos e no próprio São Tomás de Aquino, que foi um expoente da Filosofia.

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    3. Procede não. A igreja católica romana, em seu predomínio social (Idade Média), perseguia filósofos e cientistas que divergiam da doutrina católica -- eram "hereges". As universidades NÃO-MONÁSTICAS vieram com as revoluções Religiosa (protestantismo) e Científica (heliocentrismo), no século XVI. Cientistas como Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Jordano Bruno -- heliocentristas -- sofreram sim perseguição da Igreja católica.

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  2. O tomismo possui uma fineza conceitual tão grande que poderia, não fosse o preconceito dos físicos e cosmólogos com todo o conhecimento medieval, dar um novo entendimento aos fenômenos físicos uma vez que a maior parte dos problemas ligados à essa ciência estão ligados a falhas da lógica da linguagem! Os físicos acham que seus problemas serão resolvidos se construírem aceleradores de partículas mais poderosos que o LHC ou telescópios mais potentes que o Kepler! Santa inocência!

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