terça-feira, 14 de junho de 2011

Platão

Platão, que nasceu em 428 a.C.em Atenas, Grécia, é para muitos o maior filósofo da Antiguidade. Pertencia a uma família muito tradicional. Naquele tempo, os jovens com essas origens eram influenciados a seguir carreira na pólítica. E, no caso de Platão, não foi diferente. Quando completou vinte anos, conheceu o filósofo Sócrates, e tornou-se seu discípulo até à morte deste, no ano 399 a.C., em Atenas, e acabou por ser muito influenciada por ele. Resolveu, então, viajar até à Magna Grécia, correspondente hoje ao sul da Itália, onde teve a oportunidade de conhecer Arquitas de Tarento, um cientista grego autor de muitos trabalhos nas áreas da matemática e da mecânica. Durante sua viagem, também visitou a cidade de Siracusa, na Sicília, onde conheceu Dionísio I, o tirano de Siracusa. A sua amizade com o tirano foi sólida de início. Porém, com o passar do tempo, Platão sentiu a necessidade de liberdade para expressar as suas ideias sobre política, o que ofendeu Dionísio. Este colocou então Platão à venda no mercado de escravos, mas, sabendo da situação, alguns filósofos locais compraram-no e mandaram-no de volta à Grécia.

Ao voltar, fundou a Academia de Platão, por volta de 387 a.C. Esta era uma instituição de ensino para a qual o conhecimento era vivo e mutável. A instituição ganhou rapidamente prestígio rapidamente, e tanto os jovens como pessoas de idade mais avançada começaram a procurá-la cada vez mais. A sua criação foi considerada um marco importante na história do pensamento ocidental. Durante cerca de vinte anos, Platão dedicou a sua vida à Academia, ao ensino e à redacção das suas obras. Foi nesse período que teve lugar a maior parte da produção de seus famosos diálogos e pensamentos. Foi nessa época época notável que diminuiu a ligação das suas ideias com o pensamento socrático. Surgiu o platonismo.

Em 367 a.C., com a morte de Dionísio I, Platão quis voltar a Siracusa para tentar disseminar as suas ideias políticas e influenciar o tirano seguinte. No entanto, mais uma vez não teve sucesso. Assim, Platão decidiu voltar a dedicar-se à Academia e continuar a produzir a sua obra. Essa é considerada a fase de amadurecimento da sua filosofia e da definição da fronteira exata entre as filosofias platónica e socrática.

O pensamento platônico sugere que “o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível”¹. Neste sentido, a realidade inteligível é considerada imutável. A sensível, por sua vez, propõe que o que afecta os nossos sentidos pode sofrer mudanças e é, na verdade, reflexo da parte inteligível. Essa concepção é conhecida como Teoria das Ideias de Platão. Numa visão mais geral, a filosofia de Platão consiste em pensar que o mundo concreto, percebido pelos sentidos, é uma reprodução do mundo das ideias. Portanto, para Platão, o mundo das ideias, invisível, origina tudo o que conhecemos; tudo o que vemos é uma “cópia” imperfeita deste mundo invisível.

Outra teoria relevante de Platão explica como podemos conhecer as coisas. De acordo com o filósofo, ao olharmos diversas vezes para um objeto, recordamos como o víamos no mundo das ideias. Explica que, antes de chegarmos ao mundo, as nossas almas estariam vivendo numa estrela, no lugar onde se localizam as ideias. Ao nascer, a alma da pessoa é lançada na Terra e o impacto faz com que tudo o que tinha sido visto na estrela seja esquecido. Nesse sentido, ao ver o objecto várias vezes, recordamos como ele era no mundo das ideias. Em Platão essa lembrança chama-se "anamnesis".

A obra de Platão foi escrita principalmente em diálogos. Estes tratam essencialmente da maneira de agir dos seres humanos, do conhecimento, de sentimentos como amor e coragem, de política e até da forma como surgiu o universo. Neste último, Platão propõe que “a ordem e a beleza que vemos no Cosmo resulta de uma intervenção racional, intencional e benigna de um divino artesão, um ‘demiurgo’, que impôs uma ordem matemática a um caos preexistente e, assim, produziu um Universo divinamente organizado, a partir de um modelo eterno e imutável”².

Platão faleceu em 348 a.C., em Atenas. A sua Academia passou a ser dirigida pelo filósofo Espeusipo, parente de Platão.

Bianca de Quadros Cerbaro

Referências:

[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o
[2] http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0644

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