quarta-feira, 15 de junho de 2011

Evolução da electricidade no século XVIII

Já no século VI a.C., o grego Thales de Mileto tinha observado que um pedaço de âmbar friccionado atraía bocadinhos de palha. Tales também conhecia os fenómenos magnéticos. Também sabia que havia um certo tipo de material, a magnetite, que atraía o ferro.

No século XVIII, o cientista francês Charles François de Cisternay Du Fay (1698-1739) foi o primeiro a distinguir claramente dois tipos diferentes de carga eléctrica: positiva e negativa. Reparou que o âmbar, depois de esfregado, era capaz de atrair pedaços de papel e dois bocados de âmbar repeliam-se. Nesse tempo, a electricidade atraiu a atenção de muitos investigadores. Inventou-se a garrafa de Leyden, construída em 1745 na cidade holandesa com o mesmo nome. Essa garrafa consistia de um frasco de vidro coberto com duas camadas de papel de estanho, uma dentro e outra fora. Se uma das folhas se carregava com uma máquina electrostática, ocorria um choque violento quando se tocavam. Da garrafa de Leyden derivaram os modernos condensadores, que permitem armazenar grandes quantidades de eletricidade.

Alguns cientistas também tentaram explicar os movimentos dos planetas por meio da atracção e repulsão elcétrica, mas Newton mostrou que a verdadeira causa era a força da gravidade.

Benjamin Franklin (1706-1790), político, editor e físico norte-americano dedicou muito tempo à eletricidade, investigou os fenómenos eléctricos e inventou o pára-raios em 1752. A sua famosa experiência do papagaio mostrou que a eletricidade atmosférica é a causa dos fenómenos dos relâmpagos e trovões, tendo ela a mesma natureza que a carga de uma garrafa de Leyden. Também confirmou que as tempestades não passam de fenómenos do tipo eléctrico.

A lei segundo a qual a força entre cargas eléctricas é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas foi demonstrada experimentalmente pelo químico inglês Joseph Priestley (1733-1804) por volta de 1766. Priestley também mostrou que uma carga eléctrica é distribuída uniformemente sobre a superfície de uma esfera oca de metal, e que dentro não há cargas ou campos eléctricos. Charles de Coulomb (1736-1806) inventou uma balança de torção para medir com precisão a força exercida entre cargas eléctricas. Com este aparelho confirmou as observações de Priestley e mostrou que a força entre duas cargas é proporcional ao produto das cargas individuais.

Nos séculos XVIII e XIX ocorreram várias descobertas que permitiram mais tarde o uso generalizado da eletricidade. Assim, no final do século XVIII, o anatomista italiano Luigi Galvani (1737-1798) observou a contracção dos músculos de uma rã morta quando estes eram tocados por dois segmentos, um de ferro e outro de cobre, em contacto com elas. O seu compatriota Alessandro Volta (1745-1827) interpretou correctamente esse fenómeno: forma-se uma corrente eléctrica sempre que tomarmos um segmento composto por dois metais diferentes e os colocarmos numa solução salina. O músculo faz de solução salina e é por isso que a corrente elétrica o contrai. Em homenagem a Luigi Galvani, esse fenómeno é chamado galvanismo.

Essa descoberta levou Volta a inventar a pilha que tem o seu nome. É formada por um grande número de discos de cobre e ferro ou zinco, alternados e separados por pedaços de pano embebidos numa solução salina. Todos os discos são empilhados (daí o nome "pilha") para formar uma bateria que gera eletricidade. Assim obteve pela primeira vez na história uma corrente contínua e estável. Já não se dependia da electricidade estática... Com a pilha de Volta, os cientistas passaram a dispor de uma fonte permanente de energia para efectuar as suas experiências, o que veio revolucionar o mundo científico.

Alejandro Pazó de la Sota

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